sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Um novo verbo: "grandolar"

Imaginamos, cá pela Aldeia, uma conversa entre ministros do Passos Coelho, nos dias que correm:
- "Então também já te grandolaram?" - "não sei, se grandolaram eu estava lá dentro, não ouvi..."
Ou seja, se calhar é melhor aumentar o volume da grandolização, se bem que isso, ao que parece, pouco os incomode, como disse de sua justiça aquela senhora loira a quem o Bitcho Bastonário chama "barata tonta".
Aqui ficam alguns registos, sobre a nova moda: a "grandolização" destes lacaios das troikas e afins:

- Gasparinho, o apert’ó-cinto: http://www.publico.pt/politica/noticia/gaspar-diz-que-e-preciso-ter-cuidado-na-execucao-orcamental-1585352?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%3A+PublicoPolitica+%28Publico.pt+-+Pol%C3%ADtica%29&utm_content=Yahoo%21+Mail#/0


Contra estes "canhões" (no sentido cá d'Aldeia), "grandolar, grandolar!..."

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

O que eles dizem....

Pois. Agora dizem "que falhou". Das duas uma:  1- ou há PSD's (e CDS's) ingénuos, que acreditavam piamente nas virtualidades do "mercado" e nas suas miraculosas capacidades de auto-regulação, o que seria bom para o conjunto da sociedade, liberta assim do peso de impostos para custear uma máquina "parasitária" - o Estado - os mesmos que, agora, face ao mau resultado da coisa (ou do incêndio causado pelos aprendizes de feiticeiro), concluindo isso, se vêm penitenciar (alguns desses, mais autênticos, entregaram já o cartão do partido); 2 - ou então há PSD's (e CDS's) cínicos, que embora sabendo que o resultado pretendido era esse, tentam agora disfarçar um bocado, tentando dizer, "prontos, já chega, já temos um bom nº. de desempregados para aproveitar como mão-de-obra barata, vamos parar por aqui".  - Só que isto é uma bola de neve e um rolo compressor que entrou em roda livre e não vai parar, porque os Silva Penedas deste país, estão reféns, como os coelhotes e outros, da garra dos senhores dos bancos (que continuam a apresentar lucros chorudos e a reaver as casas para as quais "emprestaram" o dinheiro, depois de já terem mamado juros pingues entretanto), e estes só se contentarão quando a tugalândia fôr um imenso antro de mendigos "sem-abrigo"...  - É a "tábua raza" sobre a qual procurarão edificar o seu "admirável mundo novo", o da escravidão moderna (ver documentário "A Servidão Moderna" que anda no Youtube e que também já aqui postámos).

A propósito, veja-se agora (no "Diário Económico" de hoje) a AUTOCRÍTICA deste "aparatchick" laranja, mais um a pedir um tratamento à islandesa:
 
«Diz Silva Peneda:
Crise demonstra que a experiência neoliberal fracassou
O presidente do Conselho Económico e Social (CES), Silva Peneda, disse hoje que uma das lições a tirar da crise é que a experiência neo-liberal fracassou, sendo necessário privilegiar o investimento produtivo e reestruturar o sistema financeiro.
Silva Peneda, que falava na conferência "Global Compact Network Portugal" sobre a responsabilidade social das empresas, sublinhou a importância da dimensão ética, cujo afastamento no setor financeiro levou à crise.
Segundo o presidente do CES, a situação atual é exemplo de como, "com a ausência de princípios éticos, um setor pode arrastar milhares de empresas e cidadãos para um mundo de dificuldades".
Para Silva Peneda, há lições a tirar "desta crise perfeita, em que os consumidores não consomem, os produtores não produzem, as financeiras não financiam e os trabalhadores não têm trabalho".
O presidente do CES é perentório a afirmar que "a época da experiência neo-liberal fracassou e a suposta auto-regulação do mercado é apenas uma teoria sem qualquer correspondência com a realidade, porque o mercado não é capaz por si só de se auto-regular e daí que a intervenção dos poderes e das políticas públicas seja decisiva".
Por outro lado, reconhece que "foi excessivo o papel desempenhado pelo setor financeiro nos últimos tempos, sendo o principal responsável pela situação gerada e por isso deve ser restruturado, tornando-o mais transparente e ao serviço da economia real".»

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

RECOMENDA-SE:

O ano já vai bem entrado, mas se ainda não adquiriu, ainda vai a tempo - é um tipo de literatura imprescindível aqui na Aldeia, para saber quando há-de semear o cebolo, a alface e todo o renovo, assim como podar os arvoredos. A terrinha deve estar já bem pruparada pr'á semente - que os tempos estão de crije, e quem não trabuca, não manduca. Aqui fica o Borda d'Auga e bardam*** a crije:

 
(Clicar em cima das "images" p'ra AMPLIAR)

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

PELOURINHO: ainda sobre o FDP Ulrich

Ainda sobre o tal de Ulrich, para acabar o assunto (por enquanto, e até nova grulhidela do dito), aqui vos deixamos - no pelourinho, que era onde antigamente se afixavam editais, além de se amarrarem os prevaricadores - este magnífico texto de Alice Brito (que não conhecemos, pois a Aldeia é grande, mas que tem toda a razão).
E, curiosamente, as comparações com Auschwitz também já por cá andaram (cá pela Aldeia), o que significa que mais pessoas estão a chegar à mesma conclusão:

A RAIVA DE TODOS NÓS CONTRA OS CÍNICOS DESTE PAÍS

"Sei que a raiva não é boa conselheira. Paciência. Aí vai.

Havia dantes no coração das cidades e das vilas umas colunas de pedra que tinham o nome de picotas ou pelourinhos. Aí eram expostos os sentenciados que a seguir eram punidos com vergastadas proporcionais à gravidade do seu crime. Essa exposição tinha também por fim o escárnio popular.

Era aí que eu te punha, meu glutão.

Atadinho com umas cordas para que não fugisses. Não te dava vergastadas. Vá lá, uns caldos de vez em quando. Mas exibia-te para que fosses visto pelas pessoas que ficaram sem casa e a entregaram ao teu banco. Terias de suportar o seu olhar, sendo que o chicote dos olhos é bem mais possante que a vergasta.

Terias, pois, de suportar o olhar daqueles a quem prometeste o paraíso a prestações e a quem depois serviste o inferno a pronto pagamento.

Daqueles que hoje vivem na rua.

Daqueles que, para não viverem na rua, vivem hoje aboletados em casa dos pais, dos avós, dos irmãos, assim a eito, atravancados nos móveis que deixaram vazias as casas que o teu banco, com a sofreguidão e a gulodice de todos os bancos, lhes papou sem um pingo de remorso.

Dizes com a maior lata que vivemos acima das nossas possibilidades. Mas não falas dos juros que cobraste. Não dizes, nessas ladainhas que andas sempre a vomitar, que quando não se pagava uma prestação, os juros do incumprimento inchavam de gordos, e era nesse inchaço que começava a desenhar-se a via-sacra do incumprimento definitivo.

Olha, meu estupor, sabes o que acontece às casas que as pessoas te entregam? Sabes, pois… São vendidas por tuta e meia, o que quer dizer que na maior parte dos casos, o pessoal apesar de te ter dado a casa fica também com a dívida. Não vale a pena falar-te do sofrimento, da vergonha, do vexame que integra a penhora de uma casa, porque tu não tens alma, banqueiro que és.

Tal como não vale a pena referir-te que os teus lucros vêm de crimes sucessivos. Furtos. Roubos. Gamanços. Comissões de manutenção. Juros moratórios. Juros compensatórios, arredondamentos, spreads, e mais juros de todas as cores. Cartões de crédito, de débito, telefonemas de financeiras a oferecerem empréstimos clausulados em letrinhas microscópicas, cobranças directas feitas por lumpen, vale tudo, meu tratante. Mesmo assim tiveste de ser resgatado para não ires ao fundo, tal foi a desbunda. E, é claro, quem pagou o resgate foram aqueles contra quem falas todo o santo dia.

Este país viveu décadas sucessivas a trabalhar para os bancos. Os portugueses levantavam-se de manhã e ainda de olhos fechados iam bulir, para pagar ao banco a prestação da casa. Vidas inteiras nisto. A grande aliança entre a banca e a construção civil tornavam inevitável, aí sim, verdadeiramente inevitável, a compra de uma casa para morar. Depois os juros aumentavam ou diminuíam conforme era decidido por criaturas que a gente não conhece. A seguir veio a farra. Os bancos eram só facilidades. Concediam empréstimos a toda a gente. Um carnaval completo, obsessivo, até davam prendas, pagavam viagens, ofereciam móveis. Sabiam bem o que faziam.

Na possante dramaturgia desta crise entram todos, a banca completa e enlouquecida, sendo que todos são um só. Depois veio a crise. A banca guinchou e ganiu de desamparo. Lançou-se mais uma vez nos braços do estado que a abraçou, mimou e a protegeu da queda.

Vens de uma família que se manteve gloriosamente ricalhaça à custa de alianças com outros da mesma laia. Viveram sempre patrocinados pelo estado, fosse ele ditadura ou democracia. Na ditadura tinham a pide a amparar-vos. Uma pide deferente auxiliava-vos no caminho. Depois veio a democracia. Passado o susto inicial, meu deus, que aflição, o povo na rua, a banca nacionalizada, viraram democratas convictos. E com razão. O estado, aquela coisa que tu dizes que não deve intervir na economia, têm-vos dado a mão todos os dias. Todos os dias, façam vocês o que fizerem.

Por isso falas que nem um bronco, com voz grossa, na ingente necessidade de cortes nos salários e pensões. Quanto é que tu ganhas, pá?

Peroras infindavelmente sobre a desejável liberalização dos despedimentos.

Discursas sem pejo sobre a crise de que a cambada a que pertences é a principal responsável.

Como tu, há muitos que falam. Aliás, já ninguém os ouve. Mas tu tinhas que sobressair. Depois do “ai aguenta, aguenta”, vens agora com aquela dos sem-abrigo. Se os sem-abrigo sobrevivem, o resto do povo sobreviverá igualmente.

Também houve sobreviventes em Auschwitz, meu nazi.

É isso que tu queres? Transformar este país num gigantesco campo de concentração?

Depois, pões a hipótese de também tu poderes vir a ser um sem-abrigo. Dizes isto no dia em que anuncias 249 milhões de lucros para o teu banco. É o que se chama um verdadeiro achincalhamento.

Por tudo isto te punha no pelourinho. Só para seres visto pelos milhares que ficaram sem casa. Sem vergastadas. Só um caldo de vez em quando. Podes dizer-me que é uma crueldade. Pois é. Por uma vez terás razão. Nada porém que se compare à infinita crueldade da rapina, da usura que tu defendes e exercitas.

És hoje um dos czares da finança. Vives na maior, cercado pelos sebosos Rasputines governamentais. Lembra-te do que aconteceu a uns e ao outro."
 
por: Alice Brito

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Uma boa ideia: Eles aguentam!...

 
Ora parece que alguém com imaginação teve uma excelente ideia!

Para quem ainda não sabia....

Esta é para quem ainda não tinha percebido aquela do tal cujo apelido mais parece um grunhido...
Para bom entendedor, meia palavra basta, pelo aqui fica:

 
(para AUMENTAR, clicar sobre a imagem)
 

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

A União Europeia - Essa Grande Meretriz Concorrencial

Corre à boca cheia, que os estaleiros navais de Viana do Castelo terão de fechar e adivinhem porquê? simples:   Parece que o Estado, numa tentativa de salvar postos de trabalho, know-how, elevar a auto estima, não lançar famílias para o desespero da sobrevivência, salvaguardar a saúde mental e  a indigência económica de uma região, parece que injetou dinheiro na empresa.
E O QUE DIZ A U.E.?
- esta decisão não respeita as leis da concorrência!!!
BPP, BPN, ABN AMBRO, PARIBAS, LLOYD`S... etc e outros tantos, receberam mais e mais dinheiro...
E O QUE DIZ A U.E.?
- esta decisão é essencial. temos de continuar!!!
Ora então, quando se ajuda quem é realmente produtivo, leva um castigo; quando ajudamos especuladores levamos um rebuçado.



segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

O protesto da tia Miquelina

Aqui fica o protesto da tia Miquelina... Que diremos nós, os que ainda estamos no "activo", daqui a uns anos, quando lá para os 80 consentirem que nos reformemos... 80 no mínimo, pois é de esperar que progressivamente a idade da reforma se vá dilatando até ter de se trabalhar até morrer e sem direito a "reforma" (o que já não é mau, pois é pior estares no desemprego até morreres... à fome!, dirão os Ulrich's deste país...)

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

A "solução Ulr(e)ich"...

Há tempos alguém escreveu aqui sobre a "solução final".
Aqui temos hoje a "solução Ulrich" - ou Ul-Reich? (p.f. ver o post anterior):

Ah, mas tem de passar Factura!!!.... - que o fisco também está atento a estas formas de "economia paralela"! (a estas estará, às outras - dos colarinhos brancos  - é que não...)
 
- A provar que o Fisco aos grandes tubarões banqueiros não lhes mexe, aqui fica mais esta: http://www.noticiasaominuto.com/economia/41682/presidente-do-bes-perdoado-tr%c3%aas-vezes-pelo-fisco

Um secreto desejo....

Cá pela aldeia todos sabemos que os politicóides que julgam que mandam ("eu é que sou o prresidente da junta!" ou "eu é que sou o primeiro ministro" - vai dar igual), na verdade não mandam nada. Sempre houve uns "sombras" que são os verdadeiros teóricos do(s) regime(s). E, apesar do anonimato dessas coisas abstractas, tipo "mercados", há alguns que, como o caracol, de vez em quando botam os corninhos ao sol. São aqueles a quem os comunas cá da aldeia (no tempo em qua ainda havia aldeia e comunas nela), chamavam os "capitas". Ora um destes capitas, de apelido alemão como convém (a velha nobreza vinha dos visigodos, tal como a grande burguesia continua meia germânica ou de outro modo estrangeira), um tal de Ulrich, vem com esta "boutade" que se lêm em baixo.
Pois é, todos podemos acabar nesse nível sub-humano de sem-abrigo, sobretudo se se seguirem os princípios doutrinários desta gente, só que o "nós" que ele utiliza jamais se lhe aplicaria. Porque esta gente tem contactos e fortes pés-de-meia algures nas Suissas ou Holandas, ou sabe-se lá mais onde, para se safarem, mal vejam as coisas a dar para o torto. E quando um banco está para vir abaixo, como também já o sabemos, ameaça-se o povão com a hipótese de uma bancarrota para a seguir o "nacionalizarmos" (são as únicas situações em que o capitalismo cede às "nacionalizações"), injecta-se-lhe o dinheiro do Estado (que é pago pelos patacôncios), safa-se a coisa, e a seguir muda-se-lhe o nome e arranja-se um gestor amigo e "com provas dadas" e está tudo resolvido (onde é que eu já vi este filme?).  Realmente, agora me lembro que do outro dia parece que vi o sr. dr. Oliveira e Costa a dormir no chão, debaixo de umas arcadas, embrulhado nuns cartões, algures em Lisboa, coitadinho!...
Enfim, o "nós" que este senhor utiliza, não se lhe aplica a ele e aos demais da sua casta, mas sim a mim e a si, caro amigo, aos que ainda vamos tendo um emprego e aos que estando já no desemprego ainda têm o magro subsídio que estes tipos almejam em cortar-lho, para nos porem todos a morrer à fome. Porque assim, estaremos então no ponto de rebuçado para trabalharmos depois todos para eles por tuta e meia, ou apenas pela malguinha de caldo!.... É o seu programa ideológico e o seu secreto desejo. Para isso é preciso a "tábua raza": "tudo para o desemprego e para a fome, que depois ficam mais mansos e humildes e até nos beijam a mão pelo caldinho"... como os antigos escravos de Roma. E eles, os novos patrícios (como os do século I), a gozar os rendimentos do trabalho dos escravos, algures nas suas termas e coliseus em grandes festanças. -  Ou seja, uma regressão de 2000 anos. Ora tomem lá:

Fernando Ulrich :"Se os sem abrigo aguentam, por que é que nós não?"
- por Ricardo Simões Ferreira


Fernando Ulrich, presidente do BPI Fotografia © Natacha Cardoso / Global Imagens
 
«O "patrão" do BPI decidiu hoje explicar a sua polémica (e famosa) declaração "Ai aguenta, aguenta", relativamente à questão de se o país aguenta mais austeridade. E fê-lo com uma frase igualmente polémica.
Foi no passado mês de outubro que Fernando Ulrich, presidente executivo do BPI, disse que Portugal aguentaria ainda mais austeridade. Hoje, esclareceu o que queria dizer, comparando a situação de cada cidadão à dos sem-abrigo.
Durante a conferência de apresentação dos resultados do banco, o banqueiro começou por dar o exemplo da Grécia:"Se os gregos aguentam uma queda do PIB de 25% os portugueses não aguentariam porquê? Somo todos iguais, ou não?", questionou, citado pela TVI24.
E depois chegou aos sem-abrigo: "Se você andar aí na rua e infelizmente encontramos pessoas que são sem-abrigo, isso não lhe pode acontecer a si ou a mim porquê? Isso também nos pode acontecer".

"E se aquelas pessoas que nós vemos ali na rua, naquela situação e sofrer tanto, aguentam, porque é que nós não aguentamos?", acrescentou. "Parece-me uma coisa absolutamente evidente", concluiu.»