sexta-feira, 28 de junho de 2013

Finalmente!....

Finalmente parece que começa a haver movimentações no sentido de alguém querer "fiscalizar" ou, no mínimo, avaliar as famosas troikas por aí andam... (aqui, na Grécia, etc).
A grande questão que toda a gente coloca é: estes tipos vêm para aqui com avaliações e mais avaliações, punições e castigos; acreditámos (alguns ingénuos) nas criaturas como seres infalíveis que vinham para "nos ajudar"... e não saímos disto? - pelo contrário, as coisas vão de mal a pior!!!?... E quem é que os avalia a eles quando falham? (a verdade é que não falham: os senhorzitos de fato de pastinha que vêm cá de tempos a tempos, são o "homem do fraque" da capitalismo global, que, para além da sacarem o que vão podendo, têm por missão deixar isto de rastos, para depois melhor explorarem as massas empobrecidas, pondo o pessoal a trabalhar por tuta e meia). E, quanto a isso, não há volta a dar-lhes...
Mas, como já dizia o Fernando Pessoa, quando queremos que as coisas acabem por ficar na mesma, embora aparentando que se está a fazer alguma coisa, nomeia-se uma "comissão".
Bem pode o parlamento europeu esgadunhar-se... (não esquecendo também a responsabilidade dos "génios" que para lá vão, chorudamente pagos, e que, ao cabo destes anos todos deixaram a Europa chegar ao que chegou...).
Em todo o caso, aqui vos fica:

Comissão Parlamento Europeu quer investigar a troika

O Parlamento Europeu tem em estudo a criação de uma comissão que investigue a actuação da troika, noticia hoje o Jornal de Negócios, que adianta que a iniciativa surge numa tentativa de aumentar um escrutínio democrático na zona euro.
 

Pode estar para breve a criação de uma comissão de inquérito à troika, que é composta pela Comissão Europeia, Banco Central Europeu e FMI. De acordo com o Jornal de Negócios, os eurodeputados do Partido Socialista Europeu e dos Verdes estão a promover uma comissão que investigue a actuação da troika ainda este mandato.

O jornal adianta que a iniciativa surge numa tentativa de aumentar o escrutínio democrático na zona euro, sendo a eurodeputada socialista Elisa Ferreira uma das defensoras desta comissão.

"Quando a troika erra, a quem é que presta contas? A quem é que deve explicações?", questiona Elisa Ferreira em declarações ao Jornal de Negócios, adiantando ter muitas dúvidas "quanto à prestação de contas públicas da troika". No mesmo sentido, também o grupo dos Socialistas Europeus afirma sentir “que não se sabe quem é o responsável pela troika", revela a eurodeputada.

 

terça-feira, 25 de junho de 2013

Escandaleiras... mais uma!

Tiram, põem, saem, reentram... e de permeio ficam sempre a ganhar (e muito!).
Só os míseros funcionários públicos do fundo da tabela, se porventura saem da Função Pública, ficam sem possibilidade de regresso (e de permeio, quando muito, terão uma indemnização de cascas de alho...). Mas toda a gente sabe que, segundo uma velha tradição, a CGD foi sempre uma prateleira dourada para certos "boys" com bons encostos nos partidos do sistema.
Os "outros" (nós) que paguem a Crise!!

Aqui vos fica:
http://www.noticiasaominuto.com/economia/84977/gestor-volta-%c3%a0-cgd-ap%c3%b3s-indemniza%c3%a7%c3%a3o-de-meio-milh%c3%a3o#.UcluykZdbmI


Gestor volta à CGD após indemnização de meio milhão

Em 2004, João Coutinho recebeu uma indemnização de mais de 500 mil euros da Caixa Geral de Depósitos (CGD) e agora está prestes a regressar à comissão executiva do banco público, a convite do Governo, avança hoje o Público. 

João Coutinho está prestes a voltar à comissão executiva da CGD, que deixou há cerca de dez anos com uma indemnização de meio milhão de euros, noticia o Público, que adianta que a comissão de recrutamento da instituição validou as competências do gestor, mas alertou para a compensação que foi paga em 2014.

O jornal revela que a indicação de João Coutinho para a nova administração executiva do banco público, com mandato até 2016 e a convite do Governo, está a gerar "perplexidade" dentro do grupo financeiro, que é abrangido pelas medidas de austeridade aprovadas pelo Executivo.

João Coutinho, que fazia parte da equipa liderada por Luís Mira Amaral, foi dispensado pelo ex-ministro das Finanças Bagão Félix, seis meses após ser nomeado, tendo-lhe sido então paga uma indemnização entre 500 mil e 800 mil euros, atribuída pela administração seguinte da CGD, liderada por Vítor Martins


quarta-feira, 19 de junho de 2013

É este o "OBJECTIVO"

Todos sabemos que na vida temos que ter alguns objectivos, na prossecução dos nossos sonhos. Mas, erigir os "objectivos" à categoria de obrigações vitais, que uma vez não cumpridas resultam em castigos do tipo despedimento ou algo equivalente à ida para os novos campos de concentração, que são as listas dos centros do Instituto do Desemprego (com cada vez mais desempregados sem direito a qualquer tipo de subsídio), enfim... é o mesmo que uma condenação à morte por inanição.
Ora as organizações da sociedade capitalista funcionam através dos tais "objectivos". Dantes era a tática do chicote e da cenoura: se se atingisse o objectrivo, o trabalhador tinha direito a uma cenourinha. O modelo começou a ser ensaiado no sector bancário, o expoente da organização capitalista. Atingido o objectivo 1, a empresa "oferecia" uma gravata ao serventuário; o objectivo 2 já dava direito a um fato; o objectivo 3, dava direito a poder levar o carro da empresa até casa, no fim de semana; o objectivo 4 dava direito a umas férias nas termas de Monfortinho (que são do patrão), onde a par de umas lavagens ao cérebro, com gráficos e mais gráficos, teorias e práticas do género "vale tudo, até vender a mãe", havia também depois umas brincadeiras nos bosques, vestidos de camuflado, e umas armas de brincar a dispararem tiros de tinta, supostamente para fomentar o "espírito de equipa", mas, e sobretudo, a COMPETIÇÃO.
Sim, porque os indivíduos, como as empresas e os países, têm de ser COMPETITIVOS! - Se não forem, ou não conseguirem sê-lo, ou tiverem escrúpulos em o ser, não merecem existir: campos de concentração com eles (os indivíduos), falência para elas (empresas), troika com eles (os Estados), com os seus habitantes transformados em escravos no seu próprio território, ou deportados (emigrem!!), numa espécie de novos cativeiros da Babilónia, a mando de Nabucodonosores sem rosto...

Ora falando de Objectivos, e partindo da questão caseira que está na base da Greve dos Professores,  aqui fica mais um aviso de quem sabe, sobre o que nos querem fazer:


No comportamento do Ministério da Educação, na greve dos professores, não há má gestão política, nem dificuldades de explicação.

Existe, sim, um ENSAIO GERAL para despedimentos na função pública central, autárquica e empresarial do estado, sem estudos nem planos que os suportem, a fazer em 2013 e 2014, concomitantemente com brutais reduções nas reformas da CGA e, depois das eleições europeias, também nas pensões da SS.

E os trabalhadores privados terão uma concorrência feroz no mercado de trabalho.

A lei da oferta e da procura conduzirá à baixa generalizada dos salários do sector privado.»

 
O que se perfila no horizonte são as deportações em massa para os novos Auschwitzes (os centros do IEFP), onde as empresas capitalistas irão buscar a mão-de-obra disponível, se possível apenas a troco da malga do caldo. - Só que antes disso, é possível que surja uma situação como a que se está a viver ao momento no BRASIL....
Que não esqueçam os tubarões escondidos atrás do sistema que laboriosamente estão a construir, que pode haver uma grande vaga que os puxe de novo para o mar.... - E que o mar seja, de facto, o seu futuro, e a Terra seja o nosso.
Sim, porque, parafraseando o velho poeta Aleixo, "olhai que pode o povo /querer um mundo novo a sério"....

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Foi há tempos: António Costa abriu a boca...

Foi há tempos no programa "Quadratura do Circulo".

Os outros intervenientes, Pacheco Pereira e Lobo Xavier, nem abriram a boca.

Claro que o moderador também não. Para quem não viu, aqui fica:


Comentadores e analistas políticos não têm a coragem de dizer o que disse António Costa, em menos de 3 minutos, ontem, no programa "quadratura do círculo".

RE...LEMBRAR

E aqui está textualmente o que ele disse (transcrito manualmente):

«(...) A situação a que chegámos não foi uma situação do acaso. A União Europeia financiou durante muitos anos Portugal para Portugal deixar de produzir; não foi só nas pescas, não foi só na agricultura, foi também na indústria, por ex. no têxtil. Nós fomos financiados para desmantelar o têxtil porque a Alemanha queria (a Alemanha e os outros países como a Alemanha) queriam que abríssemos os nossos mercados ao têxtil chinês basicamente porque ao abrir os mercados ao têxtil chinês eles exportavam os teares que produziam, para os chineses produzirem o têxtil que nós deixávamos de produzir.

E portanto, esta ideia de que em Portugal houve aqui um conjunto de pessoas que resolveram viver dos subsídios e de não trabalhar e que viveram acima das suas possibilidades é uma mentira inaceitável.

Nós orientámos os nossos investimentos públicos e privados em função das opções da União Europeia: em função dos fundos comunitários, em função dos subsídios que foram dados e em função do crédito que foi proporcionado. E portanto, houve um comportamento racional dos agentes económicos em função de uma política induzida pela União Europeia. Portanto não é aceitável agora dizer? podemos todos concluir e acho que devemos concluir que errámos, agora eu não aceito que esse erro seja um erro unilateral dos portugueses. Não, esse foi um erro do conjunto da União Europeia e a União Europeia fez essa opção porque a União Europeia entendeu que era altura de acabar com a sua própria indústria e ser simplesmente uma praça financeira. E é isso que estamos a pagar!

A ideia de que os portugueses são responsáveis pela crise, porque andaram a viver acima das suas possibilidades, é um enorme embuste. Esta mentira só é ultrapassada por uma outra. A de que não há alternativa à austeridade, apresentada como um castigo justo, face a hábitos de consumo exagerados. Colossais fraudes. Nem os portugueses merecem castigo, nem a austeridade é inevitável.

Quem viveu muito acima das suas possibilidades nas últimas décadas foi a classe política e os muitos que se alimentaram da enorme manjedoura que é o orçamento do estado. A administração central e local enxameou-se de milhares de "boys", criaram-se institutos inúteis, fundações fraudulentas e empresas municipais fantasma. A este regabofe juntou-se uma epidemia fatal que é a corrupção. Os exemplos sucederam-se. A Expo 98 transformou uma zona degradada numa nova cidade, gerou mais-valias urbanísticas milionárias, mas no final deu prejuízo. Foi ainda o Euro 2004, e a compra dos submarinos, com pagamento de luvas e corrupção provada, mas só na Alemanha. E foram as vigarices de Isaltino Morais, que nunca mais é preso. A que se juntam os casos de Duarte Lima, do BPN e do BPP, as parcerias público-privadas 16 e mais um rol interminável de crimes que depauperaram o erário público. Todos estes negócios e privilégios concedidos a um polvo que, com os seus tentáculos, se alimenta do dinheiro do povo têm responsáveis conhecidos. E têm como consequência os sacrifícios por que hoje passamos.

Enquanto isto, os portugueses têm vivido muito abaixo do nível médio do europeu, não acima das suas possibilidades. Não devemos pois, enquanto povo, ter remorsos pelo estado das contas públicas. Devemos antes exigir a eliminação dos privilégios que nos arruínam. Há que renegociar as parcerias público-privadas, rever os juros da dívida pública, extinguir organismos... Restaure-se um mínimo de seriedade e poupar-se-ão milhões. Sem penalizar os cidadãos.

Não é, assim, culpando e castigando o povo pelos erros da sua classe política que se resolve a crise. Resolve-se combatendo as suas causas, o regabofe e a corrupção. Esta sim, é a única alternativa séria à austeridade a que nos querem condenar e ao assalto fiscal que se anuncia.
»

Comentário final cá do Ti Zé: é evidente que A. Costa tem razão, mas também temos de perguntar por onde é que andou ao longo desses tempos do "Grande Regabofe"? Denunciou? demarcou-se? Aquando dessa opção da Expo e dos futebóis do Euro, não estava no governo? não emparceirou com Guterres e Sócrates?.... Enfim, para se "abrir a boca" hoje, depois de se a ter fechada nesses tempos, é preciso primeiro rezar-se o que no seio da Santa Madre Igreja se chama o "Acto de Contrição"....

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Funcionários públicos

Corre aí pela Aldeia global este desabafo de um pagador de impostos (como nós todos) sobre certos funcionários públicos que, esses sim, são os verdadeiros culpados de tudo isto, pelo menos cá pela pequena casa lusitana... - só que em relação a estes, a dita morre solteira...
Aqui fica:

DESABAFO DE UM FUNCIONÁRIO PÚBLICO:
A CULPA DA CRISE É DOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS!!!!!

A culpa...


Sim, a culpa da crise é dos funcionários públicos

Sim, a culpa da crise é do funcionário público Vítor Constâncio que não viu, ou não quis ver o buraco do BPN;

Sim, a culpa da crise é do funcionário público Teixeira dos Santos que não viu, ou não quis ver o buraco da Madeira;

Sim, a culpa da crise é do funcionário público Alberto João Jardim que criou "às escondidas para os do continente não cortarem nas tranches" um buraco de seis mil milhões de euros;

Sim, a culpa da crise é dos funcionários públicos da Assembleia da
República que auferiram só em ajudas de custo no ano de 2010 a módica quantia de três milhões de euros, fora os salários e demais benefícios;

Sim, a culpa da crise é dos funcionários públicos que gerem, continuamente, em prejuízo as empresas públicas como a Metro do Porto, CP, ANACOM, REFER,REN, CARRIS, EDP, PT, Estradas de Portugal, Águas de Portugal,... a lista é interminável, mas não abdicam das viaturas topo de gama, telemóveis, talões
de combustível... enfim a lista é interminável;

Sim, a culpa da crise é dos funcionários públicos das Juntas de Freguesia e Câmaras Municipais que ganham por cada reunião assistida;

Sim, a culpa da crise é dos funcionários públicos da Assembleia da
República, já reformados, com as suas subvenções vitalícias por meros 8 anos de "serviço". Reformados alguns com apenas 40 anos de idade! Quantos são desde 1974? Enfim, a lista é interminável.

Sim, a culpa da crise é dos funcionários públicos que presidem fundações como a Guimarães 2012 com salários imorais, na ordem dos milhares de euros.
Quantas são? Enfim, a lista é interminável;

Sim, a culpa da crise é dos funcionários públicos que adjudicam pareceres jurídicosa empresas de advogados, quando podiam solicitar o mesmo serviço às Universidades, pagando dez vezes menos, ajudando dez vezes mais as finanças das mesmas;

Sim, a culpa da crise é dos funcionários públicos que adjudicaram obras permitindo as famosas "derrapagens financeiras". E quem paga? É o Estado!

Etc., etc., etc..

Sim, a culpa da crise é desses funcionários públicos, e não dos funcionários públicos que trabalham arduamente para alimentar estes pulhas



Carlos Couto, funcionário público,


O pagador de impostos.